
No mesmo dia em que as nossas companheiras europeias criavam comunidade em Istambul, nós, na Corunha, também quigemos continuar com um trabalho de já uns meses em que pretendemos abrir processos de transformaçom, espaços de debate, reflexom e açom de grupos de mulheres e movimentos de base da nossa cidade a partir do feminismo.
De mui diferentes perspetivas falámos sobre as violências locais e globais que o machismo, o racismo, o patriarcado e, em definitivo, um sistema injusto e desigualitário como é o capitalismo, está a exercer de forma estrutural especificamente sobre as mulheres em diferentes tempos e situações da sua vida, e de forma geral sobre o resto da sociedade.

As interconexões entre o Sul e o Norte, que estivemos a experimentar diferentes coletivos através do trabalho em rede e propostas de palestras na nossa cidade nos últimos meses, som imprescindÃveis para desfazer as estruturas que nos separam, que nos paralisam e que nom nos deixam viver em harmonia. O pulo que representa para a Europa, para a Galiza a força, determinaçom e clareza de objetivos e estratégias das mulheres do sul, faz-nos acordar do sono profundo em que o neoliberalismo nos tem submersas.
As violências locais e globais estám unidas e assim consideramos o feminicÃdio, a problemática a que se enfrentam as mulheres migrantes, as guerras e conflitos armados, a exploraçom do corpo da mulher, a exploraçom dos recursos energéticos… como problemas que nos afetam a todas, e assim como as violências estám unidas, também a resistência e luita contra elas tem de ser unida.Â

A formaçom polÃtica, a memória história, os afetos, o contacto fÃsico e as novas experiências, os espaços de aprendizagem, debate e açom, o divertimento, as novas tecnologias, a rede, a transversalidade, a legislaçom, a quotidianeidade das luitas, a visibilizaçom do feminismo na rua, os processos de base de mulheres, a tranformaçom dos movimentos sociais, o reconhecimento dos contributos de todos os feminismos, do institucionalismo até o transfeminismo, todo isto, e muito mais, conformam as bases sobre que se irá construindo umha comunidade feminista, livre e afetiva contra as violências machistas.
O processo de encontros iniciados neste mês de junho, tenciona continuar no futuro, tratando temáticas mais concretas a partir dalgumhas já geradas neste primeiro colóquio. Continuará a ser um espaço aberto para todas as que queiram participar e aberto também a propostas e dinamizações diversas.
Participarom Acsur, Corrente Vermella, Isca, Maribolheras Precárias, Nós-UP e representantes do Colexic de Educadoras Socias, Asociación galego-portuguesa de educación pola paz, da Universidade da Corunha e da Marcha Mundial das Mulheres, e mulheres em caracter individual.