Chamado de acción da Marcha Mundial das Mulleres en solidariedade con Paraguai

¡Somos todas Paraguai!

A Marcha Mundial das Mulleres súmase á solidariedade internacional ás mulleres e ao povo paraguaio neste duro momento de ataque ao seu proceso de construción democrática.

No 22 de xunho, o presidente lexítimamente escollido polo povo en 2008, Fernando Lugo, foi destituído tras un xuízo político caracterizado como un Golpe de Estado Parlamentario, con apoio masivo dos meios de comunicación vencellados á oligarquía local. No continente Américas xa vimos algo moi semellante acontecer hai 3 anos, en Honduras.

Chamamos ás Coordenadoras Nacionais da Marcha Mundial das Mulleres a expresar a súa solidariedade e apoio á resistencia pacífica do povo paraguaio, en particular ás mulleres. Pedimos que se organicen accións de rúa frente a sedes dos nosos parlamentos, gobernos nacionais, así como fronte ás representacións diplomáticas de Paraguai, para exixir:

1.- O NON-recoñecemento de Federico Frano como Presidente da República, porque usurpou o cargo, manipulando a Constitución Nacional de Paraguai atropelando a institucionaldade democrática instalada desde 2008;

2.- O retorno inmediato do presidente Fernando Lugo ás súas funcións presidenciais;

3.- A adopción de sancións políticas e comerciais mentres o goberno lexítimamente electo non sexa restablecido;

4.- A garantía ao povo paraguaio do dereito a manifestarse en contra do golpe, dereito que esta en permanente ameaza por parte das instancias como o Ministerio do Interior, a Policía e a Fiscalía.

Demandamos esclarecimentos sobre as mortes do distrito de Curuguaty o 15 de xunho, feito que foi manipulado para lexitimar o xuízo contra Lugo. Exiximos unha investigación transparente, con apoio de misións internacionais dos dereitos humanos, para que sexa efectiva e imparcial, e permita que todo o peso da lei caiga sobre os responsábeis.

Condenamos e denunciamos o accionar dos meios de desinformación masiva en Paraguai, que actúan coa intención de intoxicar as mentes, calar a voz do povo e con elo pretenden infundir medo para desmovilizar á cidadanía como na época da Dictadura de Stroessner e dos sucesivos gobernos conservadores do partido Colorado.

Invitamos a todas a manifestarse en contra desta agresión aos dereitos do povo paraguaio e a difundir este pronunciamento. Invitamos tamén a socializar informacións producidas polo Frente de Resistencia do Povo Paraguaio: http://paraguayresiste.com e polos meios populares como a Radio Mundo Real (www.radiomundoreal.fm), a TV Alba (www.albatv.org) e a Minga Informativa dos Movemientos Sociais (www.movimientos.org)

 

Porque é de Justiça!!

*Texto da Rede Transfeminista Galega*

Cada 28 de junho em muitas vilas e cidades do mundo saimos para nos visibilizar, sabendo que a comemoração é um reconhecimento aquelas e aqueles que, a modo de próceres, lutaram e semearam lutas imorrentes.

São imorrentes pois, com certeza, a realidade é pertinaz e, as vezes, é hostil. Sim, também aqui, na nossa mátria, nas nossas ruas e corredoiras, nas praças e nas escolas, nas empresas e nas administrações.

Somos minorias dizem-nos. Somos maioria, maioria qualificada. Temos uma herança de bagagens e estratexas aprendidas nos aquelarres das nossas reuniões e festas.

Não queremos tolerância.

A tolerância é um exercício burgués que se significa de uma posição desigual, onde uma pessoa ou grupo se pressupõe em maior altura e concede uma convivência pautada desde esse posicionamento.

Os nossos direitos são esixíbeis, são cerne do nosso activismo e requerímo-los por justiça e dignidade.

Justiça que não se atinge nas legislações, ainda que verdadeiro é que estas devem ser preventivas das situações de risco e agressões.

São exigíveis e exigímo-los desde as barricadas que supõem as lutas antes parcializadas, agora intercomunicadas, desde a soridade de autoreconhecer-nos feministas, pois percebemos em carne própria as agressões do patriarcado, para nós evidenciado no heteropatriarcado. Desde a solidariedade com as precárias, pois só é de interesse a nosso luta em consciência de classe operária.

Pois todas somos imigrantes. De contínuo se nos estão a pedir os “papéis”, e recebemos ordens de expulsão.

Somos imigrantes no heteropatriarcado, no capitalismo, na crise, na colonização espanhola,…

Vindicamos justiça, não só a que venha da mão desse ente abstrato e insultantemente anónimo da figura do legislador.

Queremos não a normalidade como homogeneização dos nossos ethos, das nossas vidas, senão no partilhar tempos e espaços na cotianidade.

Somos beligerantes, lutadoras, aguerridas defensoras dos nossos direitos.

Porque é de Justiça!!

Un novo asasinato machista no noso país

A COORDENADORA COMARCAL DE FERROLTERRA DA MARCHA MUNDIAL DAS MULLERES CONVOCA

CONCENTRACION DE REPULSA EN FERROL POLO ASASINATO POR VIOLENCIA MACHISTA DA MOZA IRIA GARCIA BOUZA
A nosa veciña, Iria García, de 28 anos, foi asasinada polo seu exmozo, onte en Xuvia. A orde de afastamento, nesta ocasión, de nada lle serviu, ante un machista e violento asasino.
Que a indignación de toda a sociedade saia á rua para rexeitar o cruel asasinato de Iria e denunciar a violencia machista padecida polas mulleres e exercida contra elas polo feito de selo.
O VINDEIRO MERCORES 27 DE XUÑO ÁS 20H. NA PRAZA DIANTE DO CONCELLO
.
Tamén haberá concentracións en:
.
Compostela
Martes 26 de xuño ás 20:30h en Porta Faxeira! convoca a Rede Feminista Galega
.
Ourense
Mércores 27 ás 20.00h na Praza do Ferro convoca Marcha Mundial das Mulleres
.
Vigo
Xoves 28 ás 20.00h diante do Museo Marco (rúa Príncipe 54) convocan Marcha Mundial das Mulleres e Asociación Rede de Mulleres Veciñais contra os Malos Tratos
.
*actualizaremos con todas as que coñezamos*

Autogoberno e igualdade das mulleres. Que futuro?

A Fundación Galiza Sempre organiza un Seminario para propiciar a reflexión e o debate en torno ao futuro da paridade e os retos que as políticas igualitarias deben afrontar perante o rexurdimento de correntes de pensamento neoconservadoras que reivindican o retorno das mulleres aos seus roles tradicionais. Será o sábado 23 de xuño de 2012 no Centro de Estudos Avanzados (Parque Vista Alegre – Rúa Salvadas, s/n) da Universidade de Santiago de Compostela.

Programa:
10:00 Políticas ultraconservadoras: mulleres na casa e sen dereitos? O papel asignado ás mulleres nunha sociedade sen servizos públicos gratuítos e universais
Comunicacións e debate:

  • Sandra González, Alcaldesa de Tomiño.
  • Ana Miranda, deputada no Parlamento Europeo.
  • Carme Adán, Vicesecretaria do Parlamento galego, Secretaria Xeral de Igualdade Xunta de Galicia (2005-2009)
  • Olaia Fernández Davila, Deputada no Congreso
  • Victoria Iglesias, da Coordenadora galega da Marcha Mundial das Mulleres

12:15 O futuro da paridade. A participación das mulleres en novos espazos do poder. Máis presenza femenina supón máis poder para as mulleres?
Comunicacións e debate:

  • Cotas e leis de paridade. Ana Luísa Bouza, deputada, dirixíu o Servizo Galego de Igualdade (2005-2009)
  • Presidentas. O valor simbólico das mulleres con Poder. Nanina Santos Castroviejo. Andaina
  • As mulleres na rede como usuarias e desenvolvedoras: unha nova fenda de xénero?. Rocío Fraga. Socióloga
  • O Poder xudicial. Ana López Suevos. Xuíza

A entrada é libre ata completar aforo. A iniciativa conta coa colaboración da Deputación da Coruña.

A Marcha Mundial das Mulleres na Cúpula dos Povos Río+20

Durantes estes días ten lugar en Río de Janeiro o contra-cumio Río+20, nel as mulleres da Coordenadora Brasileira da Marcha Mundial das Mulheres estan a ter un gran protagonismo, convocando a primeira das mobilizacións e ocupando a sede do BNDS (Banco Nacional do Desenvolvemento).

Mobilización: Mulheres contra a mercantilização de nossos corpos, nossas vidas e a natureza!

Sob o slogan “Mulheres contra a mercantilização de nossos corpos, nossas vidas e a natureza!”, mais de 10 mil pessoas marcharam na manhã desta segunda-feira, 18 de junho entre o Aterro do Flamengo e o Largo da Carioca. A mobilização foi organizada pela Marcha Mundial das Mulheres (MMM), movimentos e organizações feministas, mulheres de movimentos mistos como a Via Camponesa, a Contag, a CAOI, a ANA, a CUT e outras organizações feministas e inaugurou a jornada de mobilizações da Cúpula. [ Ler máis ]

http://vimeo.com/44288837

#OcupaBNDS

Nesta segunda-feira – 18 de junho, a Marcha Mundial das Mulheres realizou uma ação de resistência, denominada Rosa Luxemburgo, em frente ao Banco Nacional do Desenvolvimento, o BNDES, na sede do Rio de Janeiro.

A ação consistiu em uma batucada feminista e colagem de lambe lambe que dialogavam com a justiça social e ambiental e com a exploração e mercantilização da vida e do corpo das mulheres. Contou com a participação de 40 militantes da MMM. Segundo Bruna Provazi, militante da MMM em São Paulo, o ato conseguiu “mostrar que nós mulheres não aceitamos esse modelo econômico que transforma em mercadoria nossos corpos, nossas vidas e também a natureza. Estamos organizadas e em constante luta”.  [ Ler máis ]

http://vimeo.com/44288837

“Feminismo, agroecologia e soberania alimentar: construindo um novo paradigma de sustentabilidade para a vida humana”

Compreender que o trabalho que as mulheres realizam é algo central na vida em sociedade e não apenas “ajuda”, “apoio” ou algo “complementar” é fundamental na construção de uma alternativa ao modelo de desenvolvimento capitalista, patriarcal y racista, expresso hoje na chamada economia verde. Esse foi um dos pontos de destaque durante a atividade “Feminismo, agroecologia e soberania alimentar: construindo um novo paradigma de sustentabilidade para a vida humana”, realizada no dia 16, em conjunto pela Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Via Campesina (VC), GT de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), mulheres da Coordenação Andina de Organizações Indígenas (CAOI), Contag, Rede de Economia Feminista (REF), Movimento de Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR-NE) e Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN). [ Ler máis ]

Poden seguirse as atividades que estan a realizar a través da rede:

Web MMM Brasil: http://sof.org.br

Twitter MMM Brasil: https://twitter.com/marchamulheres

Decir NON fainos libres

A Coordenadora Galega da Marcha Mundial das Mulleres adire ao manifesto ‘Decidir non fainos libres’

[ Descagar manifesto ]

Ante o anuncio por parte do Goberno do Partido Popular de reformar da actual Lei orgánica 2/2010 de Saúde sexual e reprodutiva e da interrupción voluntaria do embarazo, as organizacións de mulleres abaixo  asinantes  MANIFESTAMOS:

  • A nosa total indignación ante o retroceso no recoñecemento dos dereitos sexuais e reprodutivos das mulleres que suporía a posible reforma da lei.
  • A nosa absoluta negativa a aceptar un recorte na liberdade e autonomía das mulleres en relación á súa sexualidade e a decidir sobre a súa maternidade. Se non podemos decidir non somos libres.
  • O noso desacordo co fondo argumental -retrógrado, manipulador e ideolóxico- polo que se quere levar a termo a reforma.
  • A nosa repulsa porque a vulneración dos dereitos das mulleres se converta no selo ideolóxico do PP.

Por todo isto

  • DENUNCIAMOS que a perda de dereitos en saúde sexual e reprodutiva exporán a un maior risco a saúde e a propia vida das mulleres. AFIRMAMOS, pola contra, que o goberno ten a obriga, de acordo a normativa europea e internacional, de defender a protección e seguridade xurídica en materia de dereitos sexuais e reprodutivos.
  • DENUNCIAMOS que “violencia de xénero estrutural” é a coacción e a limitación no uso das liberdades individuais. AFIRMAMOS, pola contra, a inquebrantable vontade das mulleres a vivir unha vida libre de Violencia e de coaccións.
  • DENUNCIAMOS que o recorte nas liberdades das mulleres sexa debido a presión da xerarquía eclesiástica e grupos ultraconservadores. AFIRMAMOS, pola contra, a necesidade dunha sociedade laica e democrática libre de imposicións relixiosas.
  • DENUNCIAMOS a lamentable argumentación decimonónica que enfática como único dereito da muller o da maternidade sen libre elección. AFIRMAMOS, pola contra, o noso dereito a decidir sobre os nosos corpos e as nosas vidas e non de acordo a un prototipo de feminidade que discrimina ás mulleres.
  • DENUNCIAMOS a arbitrariedade no manexo e uso do concepto “dereitos” e que a aceptación dos dereitos humanos das mulleres é incompatible coa súa regulación no código penal. AFIRMAMOS, pola contra, que donde hai “dereitos” non hai “supostos” e que o exercicio de un dereito no é punible.
  • DENUNCIAMOS que a negación dos dereitos sexuais e reprodutivos das mulleres leva ao retroceso en cuestións tan básicas como a educación sexual ou a mellora no acceso á anticoncepción, incluída a de urxencia. AFIRMAMOS, pola contra, que si hai dereitos específicos das mulleres en saúde sexual e reprodutiva e debe haber, xa que logo, dereito a prestacións específicas na carteira nacional básica de servizos sanitarios.

Asinar manifesto: http://nosotrasdecidimos.org/manifiesto-gallego/

Consultar campaña estatal: http://nosotrasdecidimos.org

Xornadas ‘Que hai de novo nos feminismos’

Que hai de novo nos feminismos?

Programa:

20 de xuño
19.00 horas
Mesa redonda: A revolución será feminista ou non será, con representantes da Marcha Mundial das Mulleres, a Rede Feminista Galega e as Xornadas de Autoformación Feminista.

21 de xuño
19.00 horas
Mesa redonda: Non me interesa a túa revolución se non podo bailar, con representantes deMaribolheras Precarias, Lerchas e Nós mesmas.

Lugar: Casa das Mulleres ( Rúa Romil, 20 )

Actividade gratuita e opción de obter un diploma de asistencia. Nota: Actividade subvencionada pola Unidade de Igualdade e organizada en colaboración coa investigadora da Universidade de Vigo Emma Casal Giráldez

A auga é un ben común da humanidade

tomando-agua.jpg

O acceso á auga de calidade é un dereito de todas e todos

tomando-agua.jpg

Texto do debate da Marcha Mundial das Mulleres [1]

A auga é un recurso esencial para a vida e para a produción; un recurso renovable pero limitado e con dispoñibilidade irregular. Hoxe en día, máis de 900 millóns de persoas non teñen acceso á auga potable (destes, 322 son africanos e 234 millóns do Sur de Asia) [2] e máis de 4 mil millóns non dispoñen de saneamento. No planeta, soamente un 3% da auga é doce e á penas o 1% é axeitada para a súa utilización (o 99% atópase en glaciares ou en capas subterráneas inaccesibles). Ademais, a auga atópase desigualmente repartida sobre a Terra. Un estadounidense consume un promedio de 600 litros de auga por día, un parisiense, 240 litros por día e un africano, un promedio de 50 litros por día.

O control sobre a auga é tamén o control sobre as poboacións. En Cisxordania, un colono israelí dos asentamentos ilegais en territorio palestino utiliza seis veces máis auga ca un palestino. Os palestinos, se precisan máis auga, téñena que mercar a una empresa israelí (Mekorot) que explota o río Xordán, localizado en territorio palestino.

Os diferentes usos da auga tamén son desiguais: segundo a FAO [3], un 70% é usado na agricultura, seguido de 19% na industria e produción de enerxía e 11% en usos municipais (uso doméstico e nos servizos públicos).

Dende os anos 1990, as normas da OMC e a política neoliberal, promovidas polo FMI, o Banco Mundial e os acordos de libre comercio seguen considerando a auga coma una mercadoría máis. Isto quere dicir que a auga, principalmente nos países do sur, pode ser considerada como propiedade dunha empresa ou dun individuo que pode vendela se lle convén. No proceso de “alivio da débeda” dos “países pobres moi endebedados”, o Banco Mundial impón como condición a privatización da distribución da auga nas cidades [4].

No auxe do neoliberalismo, estas institucións, igual cá Unión Europea, gabábanse de que a participación das empresas privadas era unha condición para asegurar o acceso á auga potable. En realidade, a entrada das empresas privadas nos servizos de distribución da auga significou o aumento abusivo de prezos e a privatización do acceso, por exemplo, por medio da instalación de medidores de pre-pagamento e corte inmediato do subministro ás familias que non o podían pagar.

Os Principios de Dublín, resultado da Conferencia Internacional sobre auga e medio ambiente que tivo lugar en Dublín en 1992, convertéronse nun novo consenso para a xestión da auga no ámbito mundial, para os gobernos, así como para as organizacións internacionais e ONGs, porque semellaba ser politicamente neutro e sen controversias. Non obstante, a aplicación destes principios ten diversas consecuencias. O principio 3 trata do rol das mulleres: “A muller desempeña un papel fundamental no abastecemento, a xestión e a protección da auga”. As mulleres son presentadas como unha categoría social unitaria, coma se conformasen un grupo política, económica e socialmente homoxéneo. Ademais, o recoñecemento do “papel fundamental” das mulleres neste contexto abre camiño para a súa instrumentalización [5].

As xornadas de Cochabamba (Bolivia), entre xaneiro e abril de 2000, marcan un punto de inflexión nesta historia. Mulleres e homes dos barrios populares, campesiños e indíxenas mobilizáronse contra a privatización dos servizos, xestionados coa participación da empresa estadounidense Bechtel, e que resultara no incremento do prezo en máis dun 50%. O episodio coñecido como a “Guerra da Auga” non soamente deixou ao descuberto a perversidade da privatización do subministro da auga senón tamén as innumerables posibilidades que se abren cunha revolta popular. A súa vitoria, que freou a privatización, alimentou a loita contra a Área de Libre Comercio das Américas, derrogada en 2005, e o cambio de goberno coa elección de Evo Morales neste mesmo ano. Bolivia definiu o dereito á auga e aos recursos naturais na súa Constitución, aprobada en 2009, e propuxo ás Nacións Unidas o recoñecemento do dereito ao acceso á auga de calidade como un dereito humano, iniciativa finalmente aceptada pola súa Asemblea Xeral en 2010.

En 2008, a coalición contra a privatización da auga de Sudáfrica gaña unha demanda que asegura ás familias de Soweto o dereito a dispor do dobre de auga da billa. En 2010, o servizo de augas de París volve ser público. A Unión Europea comeza a promover as experiencias de asociación público-privado na mellora dos servizos de abastecemento da auga. Sudáfrica, Ecuador e Uruguay tamén consideran nas súas Constitucións a auga como un dereito humano [6].

Mentres a loita por servizos públicos que garantan o acceso á auga de calidade segue viva no planeta, tamén se estenden outras loitas contra outras formas de acaparamento da auga. En Estados Unidos, comunidades de California, Maine e Michigan obtiveron unha vitoria contra os tratos de favor que permitían a Nestlé bombear auga de ríos, lagos e acuíferos para a súa venda en botellas. En 2005, as comunidades e o goberno local de Kerala, na India, lograron pechar unha planta de Coca-Cola altamente contaminante e que facía un consumo inxente de auga [7]. Este logro é particularmente simbólico, porque Coca-Cola é coñecida por vender como sociais proxectos que favorecen aos seus intereses. Como parte da súa política en prol da igualdade de xénero (gender-washing), Coca-Cola asinou un acordo con ONU Muller en 2011 para o empoderamento económico das mulleres en pequenos negocios, coma as plantas de reciclaxe.

No Val do Narmada, na India; nas terras Maya-Lenca, en Honduras; no Val do Omo, en Etiopía e en tantos outros territorios, hai comunidades que se resisten á construción de grandes encoros e centrais hidroeléctricas que inundan terras, desprazan poboacións e limitan os usos dos ríos, que eran a base da súa supervivencia e cultura.

En 2006, as mulleres de Vía Campesiña realizaron unha acción nas plantacións da empresa papeleira Aracruz contra o monocultivo de eucaliptos. A realidade da súa acción puxo de relevo a desertización provocada polos cultivos extensivos co uso intensivo da auga e a súa contaminación por agro tóxicos ou pola cría intensiva de porcos e galiñas. Cando un país exporta pasta de celulosa ou soia tamén exporta grandes cantidades de auga utilizadas na súa produción.

A Gran Marcha pola Auga e a Vida, que tivo lugar en febreiro de 2012 en Perú, centrouse no uso excesivo da auga e a súa contaminación por parte das empresas mineiras. Denuncia os males causados polas empresas xa existentes, loita contra a instalación do proxecto Minas Conga, demanda a prohibición da minería en cabeceiras de concas e glaciares e a moratoria de concesións mineiras. Nas explotacións de ouro ao aire libre con cianuro utilízanse millóns de litros de auga potable diariamente. A denuncia do pobo peruano engádese á resistencia de comunidades afectadas pola minería en diversas partes do mundo, como Guatemala, Romanía, Mozambique e moitas outras.

Mulleres na xestión da auga e na loita contra a súa privatización

Nas zonas rurais, especialmente nos países do sur, as mulleres ocúpanse de conseguir a auga necesaria para o uso doméstico, ademais de asegurarse de que o abastecemento sexa abondo ou que haxa auga axeitadamente almacenada na casa. Son elas as que de feito xestionan a auga da familia. As nenas quedan a cotío sen asistir á escola, xa que as súas nais precisan que as acompañen a buscar auga ao longo do día. As mulleres, especialmente as do eido rural, non teñen acceso á auga potable envasada porque non lles alcanzan os cartos para mercala e as depuradoras non funcionan ben./p>

As mulleres teñen un rol semellante dentro das súas comunidades, mesmo na construción e mantemento das infraestruturas de acceso á auga. Elas son, en xeral, responsables do mantemento das letrinas. Son tamén as que atenden aos nenos e nenas, ás persoas maiores ou enfermas nas súas necesidades sanitarias e de hixiene. Preocúpanse pola seguridade (sobre todo dos nenos e nenas) e pola intimidade: as mulleres queren ante todo estar seguras de que os seus fillos e fillas non van caer nas fosas e demandan portas con pechadura para se protexer das vistas dos paseantes. Ademais nalgúns países, a falta de aseos preto das casas supón grandes riscos de violencia para as mulleres, mesmo de violación, sobre todo a partir do solpor.

Nas cidades, en todas partes do mundo, as mulleres xestionan a utilización da auga por parte da familia. Co acceso limitado polos altos prezos ou por racionamento, son elas as que administran a escaseza e se lembran de gardar auga nos depósitos. En Barcelona, durante a seca de 2008, a comunidade opúxose a grandes proxectos como o transvase do río Ebro e reflexionaron sobre formas de consumir menos auga. É máis, elas asumiron a responsabilidade de impor normas máis ríxidas na vida cotiá, especialmente aos fillos e fillas, como cambiar baños por duchas.

Mulleres e homes en todo o mundo resístense a que a auga e a natureza sexan consideradas recursos a servizo dos beneficios empresariais, percibidos como inesgotables ou como mercadoría máis cara a medida que se esgota pola súa mala utilización. As mulleres en especial son moi activas nestas loitas. A experiencia que viven de invisibilización e deprezación do seu traballo de coidado das persoas é moi similar á invisibilidade e degradación da natureza. O tempo e a enerxía das mulleres en traballos de coidado, na preparación das comidas, nos afectos, na dispoñibilidade para a escoita non son visibles e son elásticos. As mulleres son as primeiras que se erguen e as últimas que se deitan na maioría das familias. O tempo e a enerxía dos procesos de rexeneración da natureza son ocultados e trátanse como impedimento que hai superar para que a máquina do consumo siga operando a todo vapor. As mulleres sufren presións para adaptarse a situacións conflitivas –entre o cotián e o lucrativo- e teñen que enfrontar as tensións resultantes. O seu traballo instrumentalízase para facer máis atractivas ou agochar as inxustizas promovidas por institucións multilaterais, gobernos e empresas. Que as mulleres camiñen distancias máis longas para atopar auga ou agarden horas na cola do camión cisterna non é considerado un problema porque estes axentes xustifícano como parte do seu rol de nais.

A sociedade capitalista e patriarcal estruturase nunha división sexual do traballo que separa os labores dos homes e os das mulleres e preconiza que o traballo dos homes vale mais có cas mulleres. O traballo dos homes asóciase co produtivo (o que se vende no mercado) e o das mulleres ao reprodutivo (a produción de seres humanos e as relacións interpersoais). As representación do que é masculino é feminino son duais e xerárquicas como o é a asociación entre homes e cultura por unha banda e mulleres e natureza pola outra.

Na Marcha Mundial das Mulleres loitamos por superar a división sexual do traballo, así como polo recoñecemento de que o traballo reprodutivo está na base do sostemento da vida humana e das relación entre as persoas, tanto dentro da familia como da sociedade. Cremos que é posible establecer (e nalgúns casos restablecer) unha relación dinámica e harmoniosa entre as persoas e a natureza e que as mulleres, coa súa experiencia histórica, teñen moito que dicir sobre o tema e deben estar implicadas nos procesos de decisión e de xestión da auga.

O noso desafío é unir as diferentes loitas polo ben común e polos servizos públicos das mulleres do campo e das cidades, como a protección da natureza ou contra a privatización da vida. O noso obxectivo é fortalecer os lazos entre mulleres, concienciar sobre os problemas comúns e particulares en cada eido e loitar por cambios nos modelos de produción e consumo [8].

Traducción para o galego: Nuria Andión

[1] Entre o 14 e o 17 de marzo de 2012, o Foro Alternativo Mundial da Auga ten lugar en Marsella (Francia). O Secretariado Internacional da MMM elaborou este texto coa colaboración de activistas do Colectivo 13 Femmes de Marsella e da MMM Francia para situar a problemática da privatización e acaparamento da auga. Convidamos a todas as Coordinadoras Nacionais e os grupos participantes da MMM a debatilo e enviarnos comentarios, reaccións e achegas ao correo: Info@marchemondiale.org para poder avanzar na nosa análise e construción de propostas.
[2] http://www.partenariat-francais-eau.fr/spip.php?article620
[3] http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/indexfra.stm
[4] http://www.cetim.ch/fr/interventions_details.php?iid=185
[5] Trottier, Julie, “Water Crises: political construction or physical reality?”, Contemporary Politics, Vol. 14, n°2, June 2008, pp.197-214
[6] Bell, Beverly et Colectivo Other Worlds: ¿Quien dice que no podemos cambiar el mundo? Economías y Sociedades Justas en un Planeta Injusto. Other Worlds, EEUU y Otros Mundos, Chiapas, México, Noviembre 2009, pp. 14-17.
[7] Ibidem
[8] Marcha Mundial das Mulleres – Campo de acción “Ben común e servizos públicos ” http://www.marchemondiale.org/actions/2010action/text/biencomun/fr?set_language=fr&cl=fr consultado en febreiro de 2012.

As feministas galegas tomamos as rúas de Compostela

Segundo se achegaba o mediodía, as cores violetas ían tinxindo, xunto a bandeiras e faixas multicolores, a explanada da estación de tren de Compostela. A convocatoria realizada por nove colectivos e organizacións, xunto á Marcha Mundial das Mulleres, comezaba a camiñar no que serian mais de hora e media de festa reivindicativa, pois iso foi no que se converteu a manifestación deste domingo en Compostela, onde as consignas eran baile e cancións, e a música e os cantos consignas de rebelión.

O Feminismo Galego, rexuvenecido, máis plural ca nunca, e unido, non está aceptando nin as políticas neoliberais, nin a perda de dereitos que se está a lexislar desde os gobernos do Partido Popular. Expresouno cunha convocatoria que ven fechar semanas de actividade e mobilización, apoiándose en alianzas con organizacións e movementos populares que comparten a necesidade de enfrontar esta vaga de agresións.

A manifestación rematou nunha Praza da Quintana case chea, que acompañou con consignas e aplausos a lectura do comunicado, e coas mans axitadas ao vento, para celebrar a intervención dunha moza que representaba ao colectivo de mulleres xordas.

Ver videos: [ aquí ][ aquí ][ aquí ][ aquí ][ aquí ][ aquí ][ aquí ]

Prensa: [ en Praza.com ][ en Diario Liberdade ][ en GaliciaHoxe ][ en Dioivo ][ en El Mundo ][ en La Opinión Coruña ][ en El Correo Gallego ][ en Faro de Vigo ]

YouTube
YouTube
Instagram
Telegram